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quarta-feira, 31 de agosto de 2011

Mangá - Resenha: Basilisk O pergaminho secreto dos Kouga #1

Basilisk: O pergaminho secreto dos Kouga, é mais uma aposta da panini no mercado de seinens no Brasil.
O mangá conta a história de duas familias ninjas, ou clãs como queiram, sendo elas os Kouga e os Iga. Essas familias são rivais desde muito tempo, porém à alguns anos um pacto de paz foi firmado afim de evitar conflitos e derramamento de sangue. Essa trégua, porém não evitou a eterna richa entre as familias, sempre provocando um clima de tensão e rivalidade.

Tudo parece caminhar para a paz absoluta quando Gennosuke Kouga e Oboro Iga se apaixonam e desidem se casar para finalmente unir os clãs e consolidar seu amor. Seus Avós respectivamente concordam com a união e tudo tende a dar finalmente certo.

Certo dia o Xogum que é uma espécie de lider feudal da era Keichou que é a era na qual se passa a história vê que necessita de um herdeiro, porém está indesciso. Então convoca os lideres dos clãs Iga e Kouga para uma espécie de reunião para medir forças e tomar um decisão de quem é o mais apto. A disputa resulta em empate e é então que que tudo é comprometido, o Xogum decide anular o tratado de paz entre os clãs e inicia uma guerra onde o clã que eliminar os dez ninjas do clã oponente e marcar os nomes dos oponentes mortos com sangue vence a disputa.

Sem saber disso, os planos de unificação de Gennosuke e Oboro vão por aguá abaixo.
Essa é a premissa inicial do mangá.

Muita gente tem comparado a história com uma especie de Romeu e Julieta, mas os elemnetos da história e contexto de que a união foi permitida pelas familias dissolvem totalmente essa comparação. A história do mangá é baseada no livro de mesmo nome publicadoem 1955 e escrito por Futaro Yamado que veio a falecer em 28 de julho de 2001. Os desenhos são de Masaki Segawa e são de fazer o cara babar tamanho detalhamento e perfeição além de dar a clara impressão que os personagens estão realmente se movimentando. O mangá foi publicado de 2003 à 2004 na revista "Upper".

Basilisk já havia recebido outras adaptações para mangá, porém esta é considerada a mais bem acabada e por consequência recebeu diversos prêmios chegando a receber uma versão em anime baseada nesse mesmo mangá, porém inferior ao mesmo.

A versão da Panini ficou muito boa, com páginas coloridas de altíssima qualidade. A impressão não sai por menos e está excelente, o papel das outras páginas está igualmente bom. A capa da frente segue o mesmo padrão da versão japonesa e americana, porém a fonte das letras do nome "Basilisk" estão diferentes, já que a fonte original era mais estilizada, o motivo dessa alteração não se sabe, mas não é nada que atrapalhe ou que se sinta falta. A capa de  traz tem uma sinopse, a contra capa da frente traz um desenho colorido e a da parte de traz as biografias do autor e desenhista.

A tradução segue o mesmo padrão e foi muito bem adaptada, além de não conter erros de grámatica, e conter um texto mais formal que se lê de uma forma leve ao mesmo tempo. O mangá traz também como de costume um Glossarário muito rico em referências da época em que se passa a história.

Em geral a edição está excelente e acima da média, com um preço convidativo e um material de qualidade.
A história se desenvolve de uma maneira eficiente e conta com muita violência incluido até partes de nudez sendo recomendado para maiores de 18 anos como indica a classificação do mangá. De forma geral o mangá me agradou bastante e a história aos poucos vai mostrando sua própria originalidade ao mesmo tempo que cativa com uma trama que faz você sentir tensão a cada plano e conspiração arquitetados pelos personagens.
Esperemos as próximas edições para vermos como a história irá avançar.

Mangá: Basilisk: O pergaminho Secreto dos Kouga.
Numero de páginas: 228
Volumes: 1/5
Periodicidade: Bimestral.
Valor: 10.90 R$
Editora: Panini

Nota: 8,5

Filme-Resenha: Não Me Abandone Jamais (2010)




Não me Abandone Jamais (Never Let Me Go, 2010) é a adaptação cinematográfica do livro de Kazuo Ishiguro, nascido em Nagasaki, Japão, em 1954, mas naturalizado inglês em 1982, já que mora na Inglaterra desde os seis anos.

Narra a história de três jovens, Kathy, Tommy e Ruth, desde que eram crianças, estudando em um colégio interno na Inglaterra. Em um certo ponto da história, ficamos sabendo que os estudantes de tal internato, estão destinadas a crescerem e doarem seus órgãos, até finalmente, morrerem, ou como os personagens falam, “completarem”.

A história é no mínimo, diferente. Não em relação a premissa em si, já que algo parecido com isso já foi levado ao cinema alguns anos atrás em A Ilha (The Island, 2005) de Michael Bay. A diferença, está na forma como a história é conduzida, muito mais delicada e dramática, sem a ação que estamos acostumados no cinema de Bay. Quando crianças, Kathy, uma das mais inteligentes alunas, era apaixonada por Tommy, uma espécie de garoto problema, que sofria com o bullying dos colegas. Tommy corresponde ao amor de Kathy, mas devido a falta de iniciativa de ambos, acaba começando a se relacionar com Ruth, que não deixa claro os motivos que a levaram a gostar do garoto que ela mesma provocava. A partir de então, os anos começam a passar, Tommy e Kathy continuam apaixonados, embora ele ainda esteja com Ruth.

O filme tem um clima que lembra O Jardim Secreto (The Secret Garden, 1993) e A Princesinha (A Little Princess, 1995), pelo menos no início, e vale ressaltar que não se trata de um filme futurista. Na verdade a história se passa em um século XX alternativo, onde esses transplantes de órgãos elevam consideravelmente a expectativa de vida das pessoas. O autor explora a partir desses pontos, a crueldade humana. Em certo ponto alguém pergunta se as pessoas parariam com esses procedimentos se o preço fosse voltar a viver num mundo cheio de doenças, e essa mesma pessoa responde: Não. Além disso, a obra tem claro cunho romântico. Este sempre é o mote principal da história, o amor sendo os motivos para as ações dos personagens, juntamente com a solidão e o sentimento de que na verdade não fazem parte do mesmo mundo que as outras pessoas.

Em certo ponto da história surge um boato de que as pessoas que se apaixonam, e são capazes de provar que encontraram um amor verdadeiro, poderiam conseguir um adiamento no tempo de doação, para passar uns anos a mais na companhia de seu amante. E é estranho perceber, que mesmo aqueles que não conseguem tal adiamento, apenas seguem com o planejado. A criação que recebem as impede de tentarem fugir ou se esconder, eles apenas obedecem. São algumas atitudes que podem nos parecer incompreensíveis, mas que fazem todo o sentido dentro da história.

Todo o drama retratado não teria nenhum impacto sem a excelente direção de Mark Romanek, diretor principalmente de videoclipes, e as atuações de um elenco de primeira, tanto na fase infantil, quanto na fase adulta dos personagens. Das crianças, dou todo o destaque para Izzy Meikle-Small, que interpreta Kathy de forma adorável e sensível. Já nos atores que interpretam os personagens adolescentes e adultos, a coisa é mais parelha. Keira Knightley nos faz ter ódio de Ruth num momento, simpatia em outros, e até mesmo pena. A atriz Carey Mulligan, como Kathy, é doce, tem um ar triste e trabalha a personagem de forma tão sensível quanto a sua versão mirim (aliás, é impressionante a semelhança entre as duas atrizes). Já Tommy, ficou com o ator Andrew Garfield, conhecido pelo recente papel em A Rede Social (The Social Network, 2010) e por ser o futuro Homen-Aranha, e cabe a ele uma das cenas mais impactantes do filme, já próxima do final.

Tecnicamente, o filme é irretocável, com sua lindíssima fotografia e trilha sonora. A retratação da época também é ótima. Talvez o único defeito que eu tenha notado, seja falta de ritmo em certas partes. Mas de qualquer forma, o filme não é muito longo, e esse acaba se tornando um problema pequeno.

Mesmo sendo muito bem feito e bem atuado, a maior parte da beleza deste filme vem de seus questionamentos.

“O que eu não sei ao certo, é se as nossas vidas são tão diferentes das vidas das pessoas que nós salvamos. Todos completamos (morremos). Talvez nenhum de nós realmente entenda as coisas pelas quais passa; ou sinta que teve tempo suficiente.”

Lindo e muito bem realizado. Recomendo.

Nota: 9,0

domingo, 28 de agosto de 2011

Filme - Resenha: X-Men: Primeira Classe





Finalmente! Consegui assistir a X-Men:Primeira Classe!

Devo dizer que eu era um dos únicos que colocavam fé nessa obra. Quanto mais traillers e imagens saiam, mais o público em geral ficava com um pé atrás. E digo o porque de eu ter colocado fé desde o início: Um nomezinho envolvido na produção, e não foi o de Bryan Singer, e sim o de Matthew Vaughn.

Vaughn já fez muitos filmes excelentes, como a adaptação para o cinema da obra literária de Neil Gaiman, Stardust: O Mistério da Estrela e mais recentemente o ótimo Kick-Ass: Quebrando Tudo (por que insistem em colocar esses subtítulos no Brasil?). Esses dois filmes por si já davam ao diretor um certo crédito, então, depositei nele minha confiança de que seria um dos melhores filmes dos mutantes da Marvel.

Se realmente isso se concretizou? Com certeza, mas não tenho certeza ainda se é “o” melhor, faz muito tempo desde que olhei X-Men 2, que até o momento era o melhor na minha opinião(e na de quase todo mundo), mas já adianto que esse “Primeira Classe” é um forte candidato.

Desta vez, esqueça Wolverine, Tempestade, Ciclope, Vampira, Jean Grey e companhia. First Class se foca nos primeiros companheiros de Charles Xavier (companheiros e não alunos, já que aqui o Instituto Xavier nem tinha sido fundado ainda). Magneto ainda não era o antagonista da história, e sim um amigo de Xavier. Junto com Banshee, o Fera, Mística e Destrutor (eu prefiro chamá-lo de Havok) ele enfrentam Sebastian Shaw (muito bem interpretado por Kevin Bacon) e sua trupe. A história se foca no início dos X-Men, nos seus passados, nas relações entre Xavier, Mística e Erik, e nas diferenças ideológicas que os separaram. Não é necessário explicar muito a história, sendo que você provavelmente vai assistir a este filme (senão nem estaria lendo esse texto), mas pode-se dizer que a trama de First Class agrada bastante, com algumas reviravoltas bacanas, bons diálogos, ajudados também por ótimas atuações, principalmente de James McAvoy e Michael Fassbender, Xavier e Magneto, respectivamente.

Na parte técnica, temos uma boa trilha sonora, que não chama muito a atenção, mas cria bem o clima e não atrapalha em nenhum momento. Quanto aos efeitos especiais, devo dizer que eles tem seus altos e baixos. Me agradaram (ou melhor, não me incomodaram, e são melhores que os de Origens Wolverine, fique tranqüilo), mas algumas vezes nota-se claramente o CGI, fazendo o filme parecer até datado para os mais desavisados. E agora, começo um novo parágrafo para dizer algo que pode incomodar alguns, mas que já havia notado nos dois filmes anteriores do diretor, e sempre quis falar.

Sou só eu, ou os filmes de Matthew Vaughn geralmente tem efeitos irregulares? Kick-Ass tem algumas cenas muito esquisitas (pra não dizer toscas) no quesito efeitos especiais, assim como Stardust. Não só isso, parece que o diretor não exige muito desses aspectos. Não que isso seja algo exatamente ruim, já que alguns diretores focam-se tanto na perfeição técnica que se esquecem de coisas mais importantes, como a direção de atores por exemplo, que é um dos pontos fortes dos filmes de Vaughn. Ou seja, o diretor não se apóia em efeitos especiais para realizar um bom filme, e é bom ressaltar os excelentes planos do diretor, que constrói cenas de tirar o fôlego.

No geral, Primeira classe também não tem tanta ação quanto os outros filmes de super-heróis. Porém, a maioria das pessoas provavelmente não vai sentir tanta falta disso, já que a história mais enxuta prende bem a atenção. Os poderes dos mutantes são legais de serem observados (mesmo com os altos e baixos dos efeitos mencionados antes), e alguns chegam a ser um tanto bizarros, como as bombas que Angel solta pela boca. Falando em poderes, o que rende algumas das cenas mais legais do filme é o de Sebastian Shaw, que infelizmente, não os usa muito durante a projeção. De qualquer forma, prepare-se para assistir a algumas cenas de ação muito bem filmadas.

Eu gostei muito de First Class, embora tenha um gostinho de “quero mais” (que é bem parecido com o sentimento de “Parece que faltou alguma coisa”). Não li os quadrinhos, mas o pessoal na internet está dizendo que o filme não é lá muito fiel a obra original. No entanto, as ligações com os filmes anteriores, principalmente com os dois primeiros são ótimas (inclusive, a cena inicial saiu diretamente de X-Men: O Filme), já que os outros são meio desconsiderados pelos fãs, e nem foram feitos pelas mesmas pessoas. Vale destacar que há uma pequena aparição de Wolverine, inserida no contexto de forma genial e bem humorada. Os X-Men continuam sendo meus personagens favoritos da Marvel (da linha dos Super-Heróis), mesmo que Homen-Aranha tenha filmes melhores no geral, acho a história de X-Men mais profunda e complexa. E que venham mais filmes deles, desde que sejam sempre tão bons quanto este.

Nota: 8,5

quinta-feira, 25 de agosto de 2011

Mangá - Resenha: Astral Project


Quando eu vi esse mangá na livraria ele me chamou a atenção a primeira vista. Não só pela capa meio incomum mas pela sinopse que vem na capa de trás, na qual trás de forma bem eficiente o que a história tem a apresentar.

Astral Project é um mangá Seinen, que nada mais é um estilo ou melhor, um gênero de histórias mais adultas, fugindo um pouco dos famosos Shounens que são mangás mais populares com histórias de superação e aventuras ao estilo dos famosos Dragon Ball, Naruto, Bleach e One Piece da vida.

Em Astral Project a trama tem uma abordagem mais adulta e mesmo que por vezes a história tenha seus elementos de ficção cientifica, metafísica e sobrenatural esta se mostra mais realista e mais verdadeira ao mesmo tempo, ou seja, ao longo da história vemos personagens com vidas normais, com dificuldades do dia a dia, elementos do nosso cotidiano. Muita gente pode torcer o nariz para uma história nesse estilo e âmbito, porém é ai que reside o ponto forte do mangá. Bom chega de enrolação e vamos ao resumo da história.
Não se preocupem não haverá spoilers.

Astral Project conta a história de Masahiko um jovem que trabalha como motorista de prostitutas de luxo agenciadas pela Yakuza. Seu serviço é levar as prostitutas que são antigas celebridades que perderam a fama e as luzes dos holofotes em seus encontros com empresários em diversos lugares.
Masahiko mora sozinho, pois saiu de casa muito cedo após uma briga grave com seu pai, lá ele deixou seu pai, mãe e irmã mais velha, por esse motivo teve que se virar já muito jovem para poder se sustentar, foi então que conseguiu o trabalho de motorista.

Certa noite Masahiko recebe a noticia que sua irmã veio a falecer, ela era a pessoa da família com quem ele mais tinha proximidade e afeto. Chocado pela noticia Masahiko vai até sua antiga casa e reencontra sua mãe, convidado a entrar ele vai até o quarto da irmã e encontra o local exatamente do jeito que sua irmã havia deixado enquanto estava viva. Tomado pela tristeza ele parece não acreditar no que aconteceu e começa a se questionar se ela poderia ter cometido suicídio, mas o que a levaria a tal ato? Seu pai que era um chefe de família autoritário e rigoroso, ou depressão? É então que algo peculiar chama a atenção de Masahiko, um CD de jazz  do compositor americano Albert Ayller. Por que sua irmã estava escutando aquele CD antes de morrer?

Ao chegar em sua casa Masahiko coloca o intrigante CD para tocar e é então que sua alma sai de seu corpo, logo uma pergunta agonizante surge; Sua irmã estaria morta de verdade ou ela simplesmente saiu do corpo e não conseguiu voltar? Esta é a premissa para a história de Astral Project, onde Masahiko ao explorar mais a experiencia de sair do corpo à noite irá descobrir que existem mais coisas por de trás da projeção astral, como entidades hetérias e uma organização com intenções conspiratórias. Quer saber mais? Pois então leia o mangá.

A parte técnica do mangá agrada muito também, com desenhos incrivelmente detalhados  de Syuji takeya e traços ao estilo Seinen, Astral Project se mostra um dos mangás mais bonitos do ano no quesito desenho e um dos mais legais que eu já li. Além do traço competente o nivel de detalhes é de literalmente encher os olhos. Outro detalhe muito interessante também caracteristico deste gênero são paginas com fotocolagem, onde os fundo de algumas páginas são fotos reais e os personagens são desenhados, porém tudo é colocado e interage de uma forma primorosa.
O roteiro é muito bem desenvolvido de Garon Tsuchiya (pseudônimo Marginal), a história se desenvolve no começo de uma forma lenta, mas agrádavel, lenta não no sentido em que você lê as páginas, mas sim em como as coisas vão se desenvolvendo dentro do roteiro.


O mangá foi recentemente publicano no Brasil pela Panini e conta com 4 volumes completos, a nossa edição ficou excelente com um papel de boa qualidade e uma impressão caprichada, onde se pode apreciar todos os detalhes do desenho. A capa também foi muito bem adaptada e segue o padrão da edição japonesa e americana sem nenhum acréscimo.

A edição da Panini também trás como de costume em seus mangás um glossário muito bem feito com as explicações das referencias que são feitas no mangá. A tradução e adaptação para a nossa linguá não sai por menos e está impecável sem erros gramáticos que eu tenha notado.

Em fim este é Astral Project um mangá Seinen que com certeza entra pra lista dos melhores mangás já publicados por aqui, com uma temática adulta e ao mesmo tempo intrigante e uma arte e traço arrebatadores aliado a um roteiro bem sustentado que se mantem no nível do início ao fim.

Mangá: Astral Project.
Número de páginas: 256
Volumes: 4 / Completo
Periodicidade: Bimestral
Valor: 10.90 R$
Editora: Panini

Se você se interessou pelo mangá e quer comprá-lo pode conseguir encomendando no site da panini ou com o seu jornaleiro/banca de revistas, além de poder comprar através de sites especializados em Mangás ou através do site do http//www.mercadolivre.com.br