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sábado, 12 de maio de 2012

Asterios Polyp - Resenha




  Nunca havia lido nada de David Mazzucchelli. Vi alguns de seus desenhos em Batman Ano Um, mas foi só. Então o seu nome na capa do álbum Asterios Polyp não me dizia nada. Porém, pesquisando sobre a obra, fiquei sabendo que ele passara praticamente dez anos trabalhando nela. Fãs de quadrinhos e a mídia especializada estava elevando a Graphic Novel ao patamar de obra-prima, e além disso, Mazzucchelli não parava de levar prêmios pra casa. Depois de um tempo, tomei vergonha e comprei a HQ.

  É difícil falar dessa obra. Pelo menos pra mim, que acabei de ler pela primeira vez agora mesmo, e muitos dos significados ainda estão ocultos. É uma obra complexa e cheias de significados, implícitos na arte maravilhosa. Nem tudo está no texto, e essa é a definição de uma graphic novel. Sem redundâncias, sentimentos e nuances estão nas expressões e nos gestos de cada personagem. Isto sem mencionar as fabulosas metáforas visuais.

  Asterios Polyp é um “arquiteto de papel”, o que significa que seus projetos ficam apenas no papel, e nunca chegaram a ser construídos. A história começa quando durante uma tempestade, no dia do seu aniversário de cinqüenta anos, sua casa pega fogo. Então com o dinheiro que ele tem no bolso ele embarca em um ônibus e em uma jornada de lembranças e descobertas.

  Quando você pensa em uma sinopse de Asterios Polyp, e alguém pergunta “Sobre o que é?”, muitas respostas vem a mente. Pode-se dizer que é sobre memórias, sobre passado, sobre filosofia, sobre teorias, sobre o cotidiano e muitas outras coisas, e nada disso está errado. Se você notar como cada passagem da história está interligado com o resto, vai perceber que a história também pode ser sobre o universo. Sobre como tudo nele está interligado. 

  David Mazzucchelli usa todos os recursos das histórias em quadrinhos e passa disso. Cria novas formas, planeja cada detalhe. A arte não é realista, longe disso. Ela presa bem mais as funcionalidades narrativas do que os detalhes exagerados. Note como cada personagem tem um balão e uma fonte diferente (inclusive, de acordo com suas personalidades), assim, mesmo quando eles estão fora do quadro, sabemos quem fala. O mais próximo disso que eu vi anteriormente foi em Sandman. No fim do livro, note como os balões de Asterios e de outro personagem vão se entrelaçando até que eles falam em uníssono. Se isso fosse esparso na HQ, eu não daria tanta ênfase, mas quase a cada página, temos uma idéia brilhante na forma de contar a história. Além disso, temos as cores, que ajudam a construir as metáforas e também a identificarmos sonhos, lembranças e cenas do presente.
  Há todo momento somos bombardeados com as mais diferentes idéias e personalidades. Desde correntes religiosas até pensamentos filosóficos e até teorias aparentemente sem fundamento, mas que evocam um significado profundo e que faz refletir. Todos os nomes dos personagens contém significados que em algum momento, são usados. Pense bem: Hana, Asterios, Ursula... Além de que os nomes refletem suas personalidades geralmente.

  Como eu disse antes, tudo, absolutamente tudo, cada detalhe foi pensado por Mazzucchelli. Desde o próprio design editorial do livro. E nisso, tenho que elogiar a Companhia das Letras pelo acabamento incrível. Não temos a capa dura da edição americana, mas o papel interno e a qualidade da impressão estão em outro patamar, até mesmo se comparado com outras publicações da editora. E mesmo sendo capa mole, não precisa ter medo de manusear, por que o livro não entorta todo como Scott Pilgrim, por exemplo.

  Bom, pra finalizar, digo que lerei novamente em breve. Vou tentar capturar mais detalhes da narrativa, reinterpretar os personagens... Por que Asterios Polyp permite isso. Além disso, acho que sempre vou me encantar com o final. Mesmo que já saiba como vai acontecer, é difícil pensar que aquilo um dia vá deixar de ter impacto.

  “Mas tendo a veracidade como norte, percebi que o orgulho tinha me levado a desafiar os próprios deuses. Eu era bom, mas não era um Frank Lloyd Wright. E abrir mão da única coisa que eu julgava me definir se provou bem menos difícil do que podia ter imaginado.”


ASTERIOS POLYP - David Mazzucchelli

Editora: Quadrinhos na Cia.

Número de Páginas: 344

Nota: 10,0

quinta-feira, 3 de maio de 2012

Naruto Capa do volume 60 revelada.

E ai pessoal, o blog anda meio parado ultimamente, mas espero que até o fim o mês retornemos com mais posts, bom deixando esse assunto pra lá temos hoje a revelação da capa do volume 60 do mangá Naruto no japão! Eu achei a capa muito linda, uma das mais bonitas da série, depois daquela terrível do volume 59. Esse volume terá 10 capítulos sendo eles do 566 ao 575 e sera lançado agora dia 04 de maio de 2012.