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sexta-feira, 30 de setembro de 2011

HQ - Resenha: Namor: As Profundezas


Em que acreditar quando os seus falhos sentidos lhe mostram imagens e lhe trazem sensações que contrariam toda a lógica?

Essa é uma das questões com as quais o Dr. Stein vai se deparar na sua expedição rumo à lendária Atlântida, em Namor: As Profundezas, uma minissérie em cinco capítulos lançada aqui no Brasil pela editora Panini, em um formato de luxo lindo, com papel excelente, capa dura e preço acessível.

Stein é um cientista, um homem da razão, famoso por desmistificar grandes lendas, como o Abominável Homem das Neves por exemplo. Após uma de suas palestras, alguns homens o abordam e lhe propõem a seguinte missão: Seguir os passos de um submarino que supostamente naufragou enquanto seguia na direção da cidade submersa de Atlântida, e trazer provas da existência ou não de tal cidade. Aceitando a missão, Stein embarca em um submarino lotado de marinheiros supersticiosos, que contam uma história sobre uma criatura chamada Namor, uma espécie de protetor dos oceanos. Stein várias vezes perde a cabeça, negando a possibilidade de tal ser existir. Até que coisas estranhas começam a acontecer no submarino, e ele começa a duvidar de tudo aquilo que considerava como verdade.

Escrito por Peter Milligan, o roteiro não apresenta grandes cenas de ação, nem mesmo muita correria. A história se apóia apenas na tensão criada e no suspense. O suposto vilão quase nunca aparece de verdade. Vemos apenas a sua silhueta em rápidas passagens, nos deixando com tantas dúvidas quanto o próprio Dr. Stein. Existem passagens em Namor: As Profundezas que realmente assustam. A página 45 desta HQ vai ficar na minha lembrança para sempre, pois foi a primeira vez que eu realmente tomei um susto enquanto lia uma história em quadrinhos, e gritei “PQP! FDP!” e mais alguns palavrões. Podem duvidar, mas a cena realmente pega desprevenidos os mais desavisados.



Mas claro, nada disso teria o mesmo impacto sem a impressionante arte pintada de Esad Ribic. O nível de detalhamento é tão grande, que às vezes nos perguntamos se o desenhista não usou modelos reais para a construção apurada das expressões dos personagens. E os cenários não ficam atrás, alguns quadros que mostram o submarino e a escuridão das profundezas nos fazem ficar olhando para a página muito tempo depois de termos acabado de ler os balões. É fácil dizer que é impossível não tornar-se fã de Ribic após a leitura desta obra.

Namor: As Profundezas não é uma história convencional. O ritmo lento e a falta de ação pode espantar alguns leitores. O final pode deixar a desejar depois de uma história tão bem feita até ali, mas quando você pára pra pensar sobre ele, percebe que é muito adequado para o seu tom fantasioso.

Enfim, se puder, compre esta HQ. Não é perfeita, mas é uma das melhores opções do mercado. Principalmente se você for fã de histórias de suspense psicológico.

Namor: As Profundezas

Papel couche, capa dura.
Editora: Panini
Páginas: 130
Preço: 22,90

NOTA: 9,0

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