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terça-feira, 6 de setembro de 2011

Mangá-Resenha: Deadman Wonderland #1





DW é um mangá que vinha sendo muito esperado pelo público brasileiro. Público este que ficou muito feliz com a notícia de que tal mangá seria publicado pela Panini em terras tupiniquins. Confesso que eu não era uma dessas pessoas que esperavam o lançamento com grande expectativa. Acabei comprando o mangá devido a dois fatores relacionados com o lançamento de Bakuman: O atraso do mangá da JBC, que até hoje não chegou na minha cidade, e também a sua qualidade precária. Realmente fiquei muito decepcionado com as notícias sobre a versão brasileira de Bakuman, a falta de páginas coloridas, o papel de péssima qualidade, capas iguais dos dois lados, e contracapas brancas.

Com o dinheiro que eu estava guardando pra comprar Bakuman coçando no meu bolso para ser gasto, fui surpreendido com a rápida chegada de Deadman Wonderland aqui na minha cidade. Compulsivo como sou, comprei na hora. Se me arrependi de ter comprado? Definitivamente não. É melhor que Bakuman? Também não, pelo menos não nesse primeiro volume. No entanto, o, meu objetivo não é realizar comparações, portanto, vamos falar do mangá que está sendo analisado nesse texto.

DW parte de uma premissa bem bizarra: Ganta Igarashi tem todos os colegas de turma mortos por um estranho ser de vermelho chamado apenas de Wretched Egg. Como único sobrevivente do massacre, Ganta é o único suspeito do crime, e acaba sendo condenado injustamente à pena de morte. O protagonista vai passar o tempo até a sua execução cumprindo pena na única instituição penal de iniciativa privada do Japão, a Deadman Wonderland, uma prisão/parque de diversões que tem a finalidade de promover a restauração da cidade de Tóquio, que foi devastada por um terremoto há alguns anos.

Mesmo sendo meio maluca, essa premissa é bastante interessante, e se desenvolve de forma a abrigar vários personagens e conspirações. Ganta, que foi atingido no peito por Wretched Egg durante ao ataque a sua escola, adquire alguns “poderes”, que não foram devidamente explicados nesse volume. Com isso, algumas pessoas do alto escalão da DW tem o seu interesse despertado em torno do garoto. Seus planos ainda não ficam claros nesse início, mas nota-se uma ligação entre essas pessoas e Wretched Egg, o que garante a curiosidade para a leitura dos próximos volumes, assim como uma explicação maior acerca dos poderes de Ganta. Além disso teve uma coisa que me incomodou. No segundo capítulo, uma das regras da DW mostradas fala sobre os prisioneiros no corredor da morte: Se eles não comerem um Candy (bala, em inglê )de três em três dias, um veneno liberado aos poucos em seus organismos acaba matando-os. Eis a minha dúvida: O prisioneiro ganha esse item periodicamente, já que Ganta ganhou uma ao chegar na prisão e perdeu? Ou ele tem que se virar pra juntar CPs (Cast Points, que é o dinheiro dentro da DW, ganho pelos presos devido ao bom comportamento) para comprar mais? Pois Ganta resolve ganhar uma corrida de obstáculos de qualquer jeito, para comprar uma candy com os CPs dados ao vencedor. É algo que não foi explicado ainda. Caso a resposta seja a segunda opção, pode parecer muito ilógico, espero que isso fique claro nos próximos capítulos, mesmo sendo uma questão pequena.

A arte de Kazuma Kondou é bonita. Varia entre o “simples”, até o “bastante detalhado”, raramente alcançando o “extremamente detalhado”. Nota-se uma preocupação do ilustrador com os ângulos das imagens, trazendo alguns efeitos interessantes , como a distorção que parece simular algumas lentes especiais usadas por fotógrafos e cineastas, além do efeito de vertigem causada por alguns ângulos tortos, como se a “câmera” estivesse de lado. Além disso, a narrativa visual é muito boa e detalhada. Mesmo quando simples, os desenhos demonstram um estilo próprio do desenhista.


A Edição


Nesse aspecto, a Panini acerta e erra. A tradução e adaptação são boas, sem exageros. Nesse ponto, vale destacar a canção que é mostrada logo nas primeiras páginas, que ficou com um estilo bem poético no nosso idioma, diferentemente das traduções que encontramos na internet, e que comprovam a qualidade do trabalho dos profissionais envolvidos, e que vale sempre a pena comprar o mangá impresso ao invés de ler scans de qualidade duvidosa (há exceções) por aí. Quanto aos honoríficos, pelo que eu sei, eles não existem nem mesmo no anime de DW, portanto, não aparecem aqui também. O único "porém" da tradução é a falta de palavrões.

O papel é bom, o papel-jornal, mas ainda assim, um pouco melhor que o de alguns outros títulos da mesma editora, e a impressão também tem qualidade, sendo muito superior a maioria dos mangás da concorrência.

Por outro lado, a editora ficou devendo em um aspecto: Páginas coloridas (OBS. eu não sei se o original japonês tinha páginas coloridas fora da revista, se alguém souber, poste ali nos comentários). Eu não me importaria em pagar um real a mais, como em Basilisk ou AirGear por páginas coloridas. Mas como é de praxe na Panini, as contracapas são desenhadas e coloridas, muito bonitas mesmo, o que acaba diminuindo um pouco a decepção quanto as páginas coloridas.

De resto, o volume vem com um pequeno glossário, e alguns extras não muito interessantes.


Finalizando


Na internet, tem muitas pessoas comentando que Ganta é muito “coitadinho” por tudo que acontece com ele além de ele ser muito bonzinho choramingar demais. Realmente, nesse começo ele demonstra ser muito bonzinho, o que particularmente não me incomodou muito, embora eu vá gostar de ver mais pra frente, ele agindo de forma inesperada, e se tornando menos unidimensional. Acho que é muito cedo para criticar isso, prefiro esperar a história avançar um pouco mais. E esse é um ponto chave em um primeiro volume de mangá: a vontade de continuar acompanhando. Apesar de algumas passagens gratuitas, e por vezes rápidas demais, Deadman Wonderland me divertiu e prendeu a minha atenção e estou curioso pra continuar lendo. E isso quer dizer “mission accomplished” para este primeiro volume.

Deadman Wonderland Vol. 1

Nº de páginas: 228
Periodicidade: Bimestral
Editora: Panini
Nota: 8,0

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